Todo ano, cerca de 430 mil pessoas morrem por causa da malária. Entre elas, 70% são crianças com menos de 5 anos de idade. (Fonte: OMS)

A malária é uma infecção parasitária que afeta os glóbulos vermelhos do sangue. É uma doença evitável, detectável e tratável, que se apresenta mais comumente em regiões pobres.

A doença causa impactos socioeconômicos, representando uma grande carga para a receita de países onde é endêmica e demandando ainda mais esforço dos serviços de saúde locais.

A malária é a doença mais frequente nos hospitais e centros de saúde de MSF.

1.

Causa

A doença é causada por parasitas do gênero Plasmodium dos quais há quatro espécies principais: Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium ovale. O P. falciparum é a principal causa da malária clínica grave e de mortes. Estima-se que a metade da população mundial esteja em risco de se infectar com o parasita.

2.

Transmissão

O parasita é transmitido através da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado. Esses mosquitos geralmente picam entre o anoitecer e o amanhecer.

3.

Sintomas

Uma vez que o mosquito infectado pica o humano, os parasitas viajam até o fígado, onde se multiplicam e entram nas células vermelhas do sangue. Dentro dessas células, os parasitas se multiplicam rapidamente até elas se romperem, liberando ainda mais parasitas na corrente sanguínea e manifestando, nesse processo, os sintomas típicos da doença.

A malária começa como a gripe, com os primeiros sintomas surgindo entre nove e 14 dias após a infecção. Os sintomas incluem febre (podem ocorrer ciclos típicos de febre, calafrios e suor em grande quantidade), dor nas articulações, dores de cabeça, vômitos frequentes, convulsões e coma.

Se a malária simples não for tratada, ela pode se tornar grave – anualmente, cerca de oito milhões de casos de malária progridem para o tipo grave da doença. Mortes por malária podem ocorrer devido a danos cerebrais (malária cerebral) ou danos aos órgãos vitais. A redução das células vermelhas no sangue pode causar anemia.

4.

Diagnóstico

O diagnóstico da malária é feito rapidamente por meio do teste da tira reagente ou por meio da observação do parasita em microscópio em uma amostra de sangue. Entretanto, testes rápidos nem sempre estão disponíveis, microscópios não são sempre efetivos e, por isso, diagnósticos baseados em sintomas ainda são comuns em grande parte do mundo em desenvolvimento.

Isso significa que os pacientes são frequentemente diagnosticados de forma errônea e as verdadeiras causas de seus sintomas permanecem sem tratamento. Isso também indica que medicamentos antimaláricos são utilizados em excesso em alguns casos e desperdiçados quando extremamente necessários.     

5.

Tratamento

O tratamento mais eficiente para malária é uma terapia combinada à base de artemisinina (ACTs, em inglês). A terapia tem baixo nível de toxicidade, poucos efeitos colaterais e age rapidamente contra o parasita. A maioria dos países africanos alterou oficialmente seus protocolos para tratar a malária com o medicamento. Mas, em muitos países em que MSF trabalha, a quantidade de artemisinina disponível é escassa.

Países com sistemas de saúde enfraquecidos têm poucos recursos para oferecer cuidados à população. Isso resulta em um ciclo vicioso: a falta de estrutura impede o tratamento e impulsiona a incidência de doenças. A população, enfraquecida por essas doenças, não consegue sair da pobreza.

6.

Prevenção

O controle do vetor, que é o mosquito, é a principal estratégia para reduzir a transmissão da malária, além do fornecimento de medicamentos para as infecções. É possível garantir proteção às comunidades com uma cobertura alta dessa estratégia. A Organização Mundial da Saúde recomenda dois tipos de controle efetivos: dormir sob mosquiteiros tratados com inseticida e pulverizar as paredes internas das residências também com inseticida. Em algumas circunstâncias específicas, é possível complementar a estratégia com o manejo da fonte de larvas e outras ações que reduzam os focos de mosquitos e suas picadas em humanos.

7.

Atividades

Enquanto 90% das mortes por malária ocorrem na África subsaariana, a doença está presente em quase todas as áreas tropicais onde MSF tem programas: de Etiópia e Serra Leoa até Camboja e Mianmar.

MSF iniciou, em 2012, a estratégia de quimioprevenção sazonal da malária (SMC, na sigla em inglês), no Chade e no Mali, e implementou a medida no Níger pela primeira vez em 2013. Crianças com até 5 anos de idade, mais vulneráveis à doença, recebem tratamento antimalárico via oral mensalmente por período determinado ou de três a quatro meses, durante a temporada de pico da malária.

MSF distribui mosquiteiros para mulheres grávidas e crianças com menos de 5 anos de idade, já que são mais vulneráveis à malária grave.

Em 2017, MSF tratou 2.520.600 pessoas com malária.

Esta página foi atualizada em agosto de 2018.

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