Equipa na clínica móvel da MSF presta cuidados de saúde a comunidades remotas em em Portel, na região amazónica do Pará, Brasil.
© Mariana Abdalla/MSF

Sobre a MSF

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por crises humanitárias graves.

A MSF tem também por objetivo chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas a quem presta assistência médica.

A MSF foi criada em 1971, em França, por jovens profissionais da medicina e do jornalismo que tinham feito trabalho voluntário no Biafra, Nigéria, no final dos anos 60. Ao socorrerem vítimas de uma guerra civil brutal, estes profissionais perceberam as limitações da ajuda humanitária internacional: a dificuldade de acesso ao local e os entraves burocráticos e políticos, que faziam com que muitas pessoas se calassem, mesmo perante situações gritantes. A MSF surge, então, como organização humanitária que associa a ajuda médica à sensibilização, chamando a atenção para o sofrimento das populações a que presta assistência, dando visibilidade a realidades que não podem ser negligenciadas. Em 1999, a MSF recebeu o prémio Nobel da Paz.

A MSF leva assistência médico-humanitária a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, migrações e exclusão no acesso à saúde.

A sua ação é guiada pelos princípios da neutralidade, imparcialidade e independência.

© Mariana Abdalla/MSF

Atividade médica acima de tudo

A atividade da Médicos Sem Fronteiras é, acima de tudo, médica. A organização leva assistência e cuidados preventivos a quem necessita, independentemente do país onde as pessoas se encontram.

Em situações em que a assistência médica não é suficiente para garantir a sobrevivência de determinada população – como ocorre em casos de extrema urgência –, a MSF pode fornecer água, alimentos, saneamento e abrigos. Este tipo de ação ocorre prioritariamente em períodos de crise, quando a vida das pessoas é ameaçada.

A ação da MSF respeita as regras da ética médica, em particular o dever de prestar auxílio sem prejudicar qualquer pessoa individual ou grupo, e a imparcialidade, garantindo o direito à confidencialidade. Ninguém pode ser punido por exercer a atividade médica de acordo com o código de ética profissional, não importando as circunstâncias, nem quem está a receber essa ajuda.

90 países

As nossas equipas trabalharam em quase 90 países para dar resposta à COVID-19, além de outras emergências, situações de violência e surtos de doenças que a pandemia tornou mais complexos.

41 mil

profissionais

Mais de 41 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades integram a organização.

97,2%

Organização independente com 97,2% do seu financiamento proveniente de donativos de pessoas individuais e da iniciativa privada.

Princípios

Quem trabalha com a MSF, sejam profissionais médicos, especialistas em saúde ou de outras áreas, deve sempre honrar os seguintes princípios, descritos na carta de princípios da organização:

Independência

A Médicos Sem Fronteiras é independente: não está subordinada a poderes políticos, militares, económicos ou religiosos e tem liberdade de ação, decidindo onde, como e quando agir com base na sua própria avaliação do contexto e das necessidades. Esta independência de ação é garantida pela independência financeira, já que, de todo o financiamento da MSF, 97,2% é proveniente de donativos individuais e da iniciativa privada.

Imparcialidade

A Médicos Sem Fronteiras presta ajuda humanitária e cuidados de saúde a quem mais precisa, sem discriminar raça, religião, nacionalidade ou convicção política. A organização define quais as populações a que dá prioridade com base, exclusivamente, na avaliação das necessidades de saúde identificadas. A possibilidade de aliviar o sofrimento das pessoas por meio da assistência médica é o que determina e norteia as atividades da MSF.

Neutralidade

Em situações de conflito, a MSF não toma partido. A neutralidade é crucial para as equipas conseguirem chegar a qualquer pessoa afetada, independentemente do lado do conflito em que esteja. A neutralidade da MSF é possível graças à sua total independência financeira face a governos ou partes envolvidas em conflitos.

Transparência

A MSF avalia constantemente os projetos que desenvolve e presta contas à sociedade e aos doadores quanto à gestão dos recursos que angaria e ao resultado das suas ações. A origem e a utilização dos recursos são apresentadas de forma clara e acessível. Para reforçar esse compromisso, os relatórios financeiros são auditados por empresas independentes e redigidos em conformidade com os padrões de International Financial Reporting Standards (IFRS). São também publicados relatórios anuais, que resumem as atividades levadas a cabo e fazem a análise crítica dos progressos, obstáculos e aprendizagens. A MSF também valoriza a transparência na relação com as pessoas a quem providencia assistência e, de forma coerente com essa transparência, informa-as sobre as escolhas que faz e sobre as decisões que toma no que toca à sua atividade médica.

Ética médica

As atividades da MSF são, acima de tudo, médicas. O trabalho da organização é norteado pelas regras da ética médica universal. Em primeiro lugar, vem o dever de prestar assistência a quem precisa, sem prejudicar indivíduos ou grupos. A ética médica inclui o respeito pela autonomia e pela confidencialidade de pacientes, e também o seu direito a acederem a todas as informações necessárias para poderem autorizar procedimentos e tomar decisões fundamentadas. Cada paciente é tratado com dignidade e respeito e recebe cuidados médicos de qualidade.

Manifestando-se publicamente

Para a MSF, levar ajuda médico-humanitária às pessoas significa estar próximo delas e conhecer as suas necessidades, o seu sofrimento. A organização entende como parte fundamental do seu trabalho chamar a atenção para as situações vividas por essas pessoas, de modo a tornar públicas as crises humanitárias com as quais trabalha.

Como organização neutra, imparcial e independente, a MSF comunica apenas aquilo que é do seu conhecimento direto: atividades que realiza, sejam elas médicas ou não; e depoimentos de pacientes e interlocutores das comunidades com as quais trabalha. Toda a comunicação é cuidadosamente pensada de forma a não comprometer a segurança de quem se encontra nos projetos, tanto profissionais como pacientes.

Face a determinadas situações, a MSF pode criticar abertamente ou denunciar a violação de convenções internacionais e de direitos, como a deslocação forçada de populações, o repatriamento forçado de refugiados, atos de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Carta de Princípios

A organização Médicos Sem Fronteiras leva ajuda médico-humanitária a populações em perigo e a vítimas de catástrofes de origem natural ou humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, religiosa, filosófica ou política.

Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, a MSF reivindica, em nome da ética médica universal e do direito à assistência humanitária, liberdade total e completa no exercício das suas atividades.

As pessoas que trabalham na organização empenham-se em respeitar os princípios deontológicos da sua profissão e em manter total independência em relação a todos os poderes, bem como a toda e qualquer força política, económica ou religiosa.

Estes profissionais compreendem os riscos e os perigos do trabalho que fazem e não reclamam para si qualquer compensação que não seja aquela oferecida pela organização.

A nossa estrutura

A Médicos Sem Fronteiras é coordenada por profissionais de várias nacionalidades que, na maioria, já trabalharam em projetos humanitários em diversos lugares do mundo. Todas as pessoas que trabalham na organização vivem os ideais humanitários e subscrevem a Carta de Princípios da Médicos Sem Fronteiras. A organização é composta por 21 escritórios nacionais e 11 filiais.

O Escritório Internacional da MSF tem sede em Genebra, na Suíça. É aí que se encontra o Presidente Internacional da organização – presentemente, o Dr. Christos Christou.

Há cinco secções operacionais com sedes na Bélgica, Espanha, França, Holanda e Suíça. São elas que controlam diretamente cada projeto: têm o poder de decisão sobre onde e quando iniciar ou terminar um projeto e quais as necessidades a que se vai dar resposta, além de contarem com departamentos de apoio médico, de recursos humanos, financeiro, logístico e de comunicação.

Os escritórios de apoio têm como principais funções recrutar profissionais para os projetos, angariar recursos e fazer atividades de comunicação.

México

MSF México

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Canadá

MSF Canadá

doctorswithoutborders.ca

  • telefone para contato 00 1 416 964 0619
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    Toronto
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Uruguai

MSF Uruguai

  • telefone para contato +598 2914 8730
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    Unidad 051 - CP 11300
    Montevideo
    Uruguay

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MSF Suécia

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    Dinamarca

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    Finlândia

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MSF Portugal

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Coréia do Sul

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Japão

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África Ocidental e Central

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África Oriental

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    70 Fox Street, Marshalltown
    Joanesburgo
    África do Sul

    PO Box 61624
    Marshalltown 2107
    África do Sul

Operação colaborativa

A Médicos Sem Fronteiras é uma organização composta por pessoas movidas pela ideia associativa, que partilham os valores e princípios descritos na Carta da MSF. Os membros das diversas associações da MSF têm a responsabilidade de acompanhar, debater e manifestar-se, por meio do voto, sobre as atividades realizadas nos projetos, a ação dos profissionais e o desenvolvimento da organização.

As principais decisões da MSF são tomadas pelo Conselho Internacional em Genebra, na Suíça. Uma equipa de profissionais experientes procura soluções para os problemas e questões apresentados pelas equipas da MSF no mundo. Cada um dos 28 países onde a MSF tem escritórios conta com um Conselho de Administração composto, maioritariamente, por profissionais da área médica. Este responsabiliza-se por garantir que as decisões tomadas nas assembleias gerais são executadas e que são escolhidos os diretores executivos.

Também é da alçada do Conselho de Administração assegurar que os princípios da MSF são sempre respeitados.

Agora que conhece um pouco melhor a MSF, que tal ler a nossa história completa?